A ideia de escrever em um blog parte de não sei onde. É meio desconfortável expor meus textos, mas decidi encarar isso. Pelo menos não mudei de pensamento nas últimas horas. Por enquanto.=)
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Nostalgia
Nostalgia. Uma palavra que define o que eu sinto agora. Uma palavra, no entanto, que talvez não contemple a totalidade dos sentimentos.
Sentimento que aumenta e aumenta. Saudade que não se esvai.
Amadurecimento. Isso dói?
Dói.
E uns versos de uma música, que se rende a esse momento, martelam em minha mente:
"The hardest thing is rendering a
moment moving too fast to endure
But you abide and smile wide cause
i want to remember this for sure."*
Devaneios. E aquela dorzinha que incomoda lá no fundo.
"Look alive. Be alive." Eu repito para mim mesma.
E eu não volto ao meu passado. Eu sou o meu passado.
Nostalgia.
*Look alive- Incubus.
Na foto: eu, Ísis e Iana.
domingo, 29 de agosto de 2010
Aprendizado (Ferreira Gullar)
Do mesmo modo que te abriste à alegria
abra-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.
Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.
abra-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.
Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Sensações
Cheiro de sal.
Gosto de sal.
Vazio.
Luzes.
Silêncio.
Sombra.
Sombra.
Sombra.
Frio.Arrepio.
Lasso.
Barulho.
Realidade.
Gosto de sal.
Vazio.
Luzes.
Silêncio.
Sombra.
Sombra.
Sombra.
Frio.Arrepio.
Lasso.
Barulho.
Realidade.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
O Passado
Agora,
Eu sinto como se partes do meu corpo
Fossem caindo
E se perdendo pelo caminho.
Agora,
Tudo o que costumava conhecer
Desconfigura-se.
Agora,
A dor vem chegando:
O sentimento de não pertencimento
a este lugar
É notório.
Agora,
Não há sensação de conforto;
Encontro-me,
Quando muito,
Com a repugnância.
Agora,
A indiferença
Prevalece.
Agora,
Pessoas que antes me entendiam,
Não são capazes de olhar
além das palavras ditas.
Agora,
Os gestos,
Os movimentos,
Os costumes
Não lhes dizem mais nada.
Agora, a superficialidade prevalece.
Agora,
Partiria.
Agora,
Sairia como andarilho.
Às palavras,
Porém,
Reduz-me,
O Passado.
sábado, 21 de agosto de 2010
A brincadeira
Não é minha intenção escrever constantemente neste blog. No entanto, hoje, li um trecho com o qual me identifiquei bastante no livro A brincadeira, do Milan Kundera. Então, irei reproduzi-lo aqui, para quem quiser pensar um pouco também.=)
"Uma onda de raiva contra mim mesmo me inundou, raiva contra minha idade de então, contra a estúpida idade lírica, em que somos a nossos olhos um enigma grande demais para que possamos nos interessar pelos enigmas que estão fora de nós, em que os outros (mesmos os mais amados) são apenas espelhos móveis onde encontramos, espantados, a imagem de nosso próprio sentimento, de nossa própria emoção, de nosso próprio valor."
(A brincadeira - Milan Kundera;1967; pag. 261)
"Uma onda de raiva contra mim mesmo me inundou, raiva contra minha idade de então, contra a estúpida idade lírica, em que somos a nossos olhos um enigma grande demais para que possamos nos interessar pelos enigmas que estão fora de nós, em que os outros (mesmos os mais amados) são apenas espelhos móveis onde encontramos, espantados, a imagem de nosso próprio sentimento, de nossa própria emoção, de nosso próprio valor."
(A brincadeira - Milan Kundera;1967; pag. 261)
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Pensamentos que se exteriorizaram hoje.
Sobre as transformações que ocorrem em mim, não sei exatamente o que pensar. Mas suas intensidades me incomodam.
A cada dia, penso algo novo, chego a conclusões novas. A cada dia, as mudanças me atingem de maneira abrupta. Elas não me perguntam se podem chegar. Elas nem ao menos me avisam que vão chegar. Simplesmente veem e assolam minha mente de conflitos.
Eu sei que isso é natural (eu espero, pelo menos). No entanto, os pensamentos são tantos e tão complexos. Tão bobos e tão efêmeros, às vezes. Mas eles tomam minha cabeça. E a convivência comigo mesma torna-se insuportável. Os pensamentos me trazem as dúvidas. Os pensamentos me trazem os questionamentos sobre mim mesma, sobre minhas ações, sobre os outros, sobre a sociedade. E sobre meu ser inserido nela.
A maneira que isso me consome acaba me tornado vazia de vontades. Então o desestímulo me toma. As ações e cumprimentos dos deveres tornam-se mecanizados.
Eu odeio esse estado de nada.
O estado de nada pesa-me. O fato de estar viva ( ou é o hábito de nosso corpo de não se encontrar nesse estado, comumente?) me cobra a retomada das vontades. No entanto, elas não veem.
Aí eu me pergunto qual o problema do mundo, porque a perspectiva de mundo parte de mim. Então, o mundo torna-se nada. Não há sentido nas coisas. Não há vontade minha nas coisas ou nas pessoas. Não há vontade minha no lugar em que estou. Nos lugares que frequento, não há minha vontade.
E tudo isso só porque quero escapar de mim. Quero fugir!
Quero saber se posso ficar nesse estado de nada sem me lembrar das expectativas externas. De mim já não partem expectativas.
Só há mecanização.( Até aqui fui atingida pela podridão irracional das máquinas!)
Só há mecanização.
A cada dia, penso algo novo, chego a conclusões novas. A cada dia, as mudanças me atingem de maneira abrupta. Elas não me perguntam se podem chegar. Elas nem ao menos me avisam que vão chegar. Simplesmente veem e assolam minha mente de conflitos.
Eu sei que isso é natural (eu espero, pelo menos). No entanto, os pensamentos são tantos e tão complexos. Tão bobos e tão efêmeros, às vezes. Mas eles tomam minha cabeça. E a convivência comigo mesma torna-se insuportável. Os pensamentos me trazem as dúvidas. Os pensamentos me trazem os questionamentos sobre mim mesma, sobre minhas ações, sobre os outros, sobre a sociedade. E sobre meu ser inserido nela.
A maneira que isso me consome acaba me tornado vazia de vontades. Então o desestímulo me toma. As ações e cumprimentos dos deveres tornam-se mecanizados.
Eu odeio esse estado de nada.
O estado de nada pesa-me. O fato de estar viva ( ou é o hábito de nosso corpo de não se encontrar nesse estado, comumente?) me cobra a retomada das vontades. No entanto, elas não veem.
Aí eu me pergunto qual o problema do mundo, porque a perspectiva de mundo parte de mim. Então, o mundo torna-se nada. Não há sentido nas coisas. Não há vontade minha nas coisas ou nas pessoas. Não há vontade minha no lugar em que estou. Nos lugares que frequento, não há minha vontade.
E tudo isso só porque quero escapar de mim. Quero fugir!
Quero saber se posso ficar nesse estado de nada sem me lembrar das expectativas externas. De mim já não partem expectativas.
Só há mecanização.( Até aqui fui atingida pela podridão irracional das máquinas!)
Só há mecanização.
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