Ouvir 30 seconds to Mars ao mesmo tempo em que leio Clarice Lispector não é - ou talvez seja- uma mistura interessante.
A angústia, que vem vindo de fininho há dias, explodiu. Agora me encontro com um estômago imprensado, uma falta de ar e o choro entalado na garganta.
Digamos que muita, mas muita coisa mesmo aconteceu neste fim de período/ começo de férias.
Deparei-me com ações e sentimentos que não acreditava que existiam nem nos filmes que tentavam transmiti-los.
No entanto, também me deparei com ações e sentimentos que me fizeram ter orgulho de quem eu venho me tornando e, além disso, deparei-me com semelhantes: não estou só.
Deparei-me com problemas. Dos grandes. Eles me fizeram bastante tristes. Fizeram-me sentir relapsa, ausente quando não poderia estar e impotente.
Egoísta, com certeza.
Deixei que o tempo fizesse seu trabalho. Eu fiz o meu. As coisas começam a andar nos seus eixos novamente. Assim espero.
A ansiedade que toma conta de mim no fim de ano não veio esse ano. Espero que minha vontade de chorar não esteja relacionada a isso. É estranho dizer, mas nesse momento, eu afirmo que nenhum de nós somos um, somente. Somos dezenas. Dezenas que talvez tenham a mesma essência. Talvez não. Mas algo os une. A interseção deles deve ser o que chamamos de 'estar vivo'.
No momento, alguém de quem eu gosto está no controle: realista e triste na medida exata. A felicidade é sim momentânea. Mesmo que estes momentos sejam constantes. Mesmo que eles apareçam a cada hora do dia. Todo dia, toda hora, todo minuto.
As expectativas ainda não retornaram. A necessidade toma o lugar delas e executa a tarefa de sonhar.
"Took our chance
Crashed and burned
No We'll never ever learn
I fell apart
But got back up again
an then I fell apart
But got back up again."
(Alibi-30 seconds To Mars)
"Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim." (Clarice Lispector - Felicidade Clandestina)
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