quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Os 90 minutos

         
                Antes do apito, a escalação. Desde aí os pitacos, e ele já vai dando um de técnico do time: "Como assim o Maicosuel no ataque? Ah Joel! Ah Joel!"
                Depois, ele se lembra da gloriosa camisa e do fato de ela não estar no seu cantinho de costume - não,não é no corpo, mas na mesa da sala. Estendida lá, com suas diversas assinaturas do elenco do estrela solitária ( sim, o Jefferson, goleiro da seleção, deixou sua marca gloriosa), a blusa do Botafogo segue na empreitada de trazer sorte para o time.

                O apito soa. Mais um jogo comum, de uma rodada qualquer.

                O cheiro da expectativa e da apreensão pairam no ar: jogo na casa do adversário santista, com Neymar e sua trupe em campo.
                 Bola vai. Bola vem. TENSÃO. Defesasasaças do Jefferson!
                 " É... Tá complicado. Se conseguir o empate  tá bom..."- ele pensa.
                 As reclamações vão deixando seu local de origem - o cerébro- para se verbalizarem. Transformam-se, assim, em sons, para que daqui da sala cheguem aos ouvidos do Joel.
                 Os protestos agora tornam alvo o Loco. Loucura, no entanto, é esperar esperançosamente até os últimos segundos por um gol...

                 GOOOOOL! ( gritado da varanda com dois objetivos principais: confraternização botafoguense e balde de água fria nos goradores de plantão). Quarentaecincominutosdosegundotempo e golmarcadopeloLoco. Vai entender as insanidades do destino.

                 Aí vem o : " Acabou, seu juiz! Acabou!"

                 O apito soa. Mais um jogo comum, de uma rodada qualquer.

                 Agora, porém, o ar cheira à alegria, a orgulho e... à expectativa.
                 Então, segue-se o de praxe: comentário pós-jogo, encenação do gol ( com movimentos detalhados para a irmã flamenguista), olho na TV para ver os reprises, checada nos sites para ler e reler a notícia sabida. Elogios ao autor do gol.




                  Apesar disso ser um recorte dos 90 minutos de jogo no acolho familiar, acho que as particularidades de todos os gloriosos são - se isso é possível- iguais.






Obs.: Este texto é uma homenagem ao meu irmão Rafael e a todos os botafoguenses queridos que fazem parte da minha vida.=)

            

3 comentários:

  1. hahahaha
    Muito bom!
    Botafoguenses e suas superstições...
    Me senti representada no texto!
    Agora só falta vc SE admitir botafoguuense tbm :p

    bjus, Fê

    Ps.O blog tah lindo e bombando! :p

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  2. "encenação do gol"
    hauhauhuahuhauhauhuahuhau

    ai ai.. quando comecei a ler estranhei no seu blog, mas dps entendi! :P

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  3. Sou botafoguense, apesar de toda torcida contra...meu pai era flamenguista doente, mas botafoguense já nasce e ninguém muda as coisas do coração neste quesito - "tu és o glorioso!!!", tenho 2 filhos botafoguenses, um desde o aconchego da barriga ( penso eu) e outro recém-convertido.
    O Rafael ( coincidências à parte) também estende a camisa em dia de jogo, e sabe que na maioria da vezes dá certo? Vai entender...
    Um beijo agradecido desta botafoguense, por este post tão lindinho. Sou fã do seu blog e dos seus escritos...

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