sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Por aquele momento, somente.

E se, de repente, a gente acorda, olha ao redor, e percebe que a construção do nosso ser foi uma mentira em vários aspectos? Em todos os aspectos ou em um aspecto, tanto faz.

Por coincidência ou não, um trecho de um filme retrata exatamente o que eu sinto em relação ao "amor":

"Achei melhor parar de romancear as coisas. Eu vivia sofrendo o tempo todo.Tenho muitos sonhos que não têm nada a ver com a minha vida afetiva. Isso não me entristece, mas as coisas são assim...Obviamente não sei lidar com o cotidiano de um relacionamento.É emocionante.Quando ele viaja,sinto saudades...mas não morro por dentro.Ter alguém sempre por perto me sufoca."
"Você disse que precisa amar e ser amada."
"Mas, quando acontece, sinto enjoo. É um desastre. Só fico realmente feliz quando estou sozinha. Estar só é melhor do que sentir solidão ao lado de um amante. Pra mim não é fácil ser romântica. Você começa assim...mas depois de se dar mal algumas vezes esquece seus devaneios e aceita o que a vida lhe dá. Não é verdade. Não me dei mal. Tive muitas relações sem graça. Não foram cruéis. Me amaram mas não havia uma ligação nem emoção. Eu, pelo menos, não senti."*



Pois bem, como ela disse, não é algo que entristece. Só que, agora que as coisas estão esclarecidas para mim,  não vejo motivos e não sinto impulsão em procurar nas pessoas aquela que, talvez, faça-me ver "o céu mais azul".



Acho que são os momentos, e não os relacionamentos, o que importa realmente. Neles, palavras ditas como verdades inabaláveis ressoam bem e os momentos de carinho poderiam durar indeterminadamente. Mas tudo isso só por um momento. Só momentos, que depois são desconfigurados pelo ato de lembrar, são retorcidos por impressões que não tinham espaço naqueles instantes. É isso e nada mais. Recordações.

Reducionismo?

A minha perspectiva é a de quem sabe que o momento não volta e, por isso, curte-o o máximo possível, para que nas recordações, as impressões posteriores não estraguem o que se viveu e para que as transfigurações não tomem conta do que realmente fez parte de mim... por aquele momento, somente.





*Filme: Antes do pôr do Sol.

Créditos ao blog da Calil, que maravilhosamente me fez lembrar de um dos filmes de que mais gosto.
- permutacotidiana.blogspot.com

Um comentário:

  1. é, Fê, talvez seja assim, felicidade se acha é em horinhas de descuido ;)

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